sábado, 18 de janeiro de 2014

Boiler Room Lisboa [primeira parte]



Pela primeira vez, fui vivenciar o Boiler Room, sem a ideia de partilhar desta forma a experiência. Mas com tanta gente curiosa em saber como foi, resolvi partilhar-vos com maior profundidade. Como já havia mencionado e inclusive agradecido publicamente, foi uma honra ter tido esta oportunidade. Não só porque sou melómano mas também pela ligação de anos com a maioria dos artistas. O Trikk, então, havia o conhecido em Londres e já tinha ouvido o Boiler dele em Londres sem associar à pessoa, - o Bruno Deodato. Para me consciencializar disso, tive a sorte de na altura do natal ter ido beber um café com o IVVVO (víde a primeira edição do Boiler) e ele o ter acompanhado identificando-se.

Vamos ao Boiler. Presumo que muita gente não sabe mas o espírito da iniciativa é só se saber horas antes do evento, o local concreto. E assim foi, na sexta-feira passada, depois de uma troca de emails recebi uma mensagem a indicar o Lx Factory. Não fui dos primeiros a chegar mas também não fui dos últimos. Já se respirava uma atmosfera especial, que pressagiava uma ocasião fervilhante.

Estavam os virtuosos irmãos Octa Push a começar num formato ao vivo e instrumental. Apercebi-me deles desde que participaram na Red Bull Music Academy e acompanho a sua evolução com a intuição de que iam crescer. Eles já actuaram no clube londrino Fabric, que é das melhores discotecas no mundo; no Sonar em Barcelona, que é um dos melhores festivais do mundo e figuraram em compilações internacionais distintas. Entremeio, tive-os num workshop no programa do meu festival Scalabis Urbe, em 2009. Apesar de eles na actualidade terem enveredado por um registo mais suave e pop do que esperava, como comentei com o Leo (um deles) não deixam de cunhar na sua matriz sonora uma identidade própria e serem um dos grandes valores da música moderna desta terra da luz (são maiores do que o reconhecimento que me parece que tem tido em Portugal). Acompanhem-nos e apoiem-nos pois eles merecem pelas pessoas e génios que são.

A seguir arranca com fulgor o Dj Marfox com um Mc Angolano. Literalmente a incendiarem e a contagiarem com dança, sonoridades e ritmos de base africana. Era impossível ser se indiferente ao que eles estavam a fazer acontecer com tanta alma e ímpeto. Do que conhecia de Marfox, e partilhei nas redes sociais durante 2013, já apreciava o trabalho dele e fiquei curioso. O Mc depois da actuação disse-me que ia lançar o primeiro registo de Kuduro pela editora Ovação (ainda lhe perguntei se me falava da editora do Padre Borga mas já não consegui ouvir resposta!).

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